Um ano sem você, meu príncipe — e ainda dói como no primeiro dia
Há exatamente 12 meses eu arrumava as malas do meu príncipe. Eu sabia que ele iria para longe… mas não imaginava que, após tanto tempo, cada instante continuaria tão vivo dentro de mim.
As lágrimas que derramei há 365 dias continuam aqui. Nada se apagou. Nada se perdeu. Tudo está guardado — na alma, na memória e no coração.
Lembro de tudo com uma nitidez que chega a doer:
- As roupinhas no varal.
- O último banho.
- A última troca de fraldas.
- O macacão azul listrado.
- O sapatinho número 17 caindo porque o pezinho ainda era 16.
Está tudo fotografado na minha mente, filmado no meu coração.
A sandália azul de palhaço no banco de trás. As meias esquecidas. O jeans no porta-malas junto das mamadeiras. A chupeta que comprei com tanto entusiasmo — e que ele não gostou. (Essa eu guardei.)
Recordo a toalha azul de bichinhos ainda molhada. Recordo o jeitinho como ele deitou para eu trocá-lo pela última vez… rolando na cama, sorrindo, brincando com a Giulia.
Com apenas sete meses, ainda cabia no bercinho de boneca. A piscina de bolinhas continua aqui — hoje é a Lalinha quem brinca.
A cadeirinha do carro permanece regulada para o tamanho dele. Posso lembrar como se fosse agora: a fraldinha ao lado do rosto, tentando dormir enquanto seguíamos rumo ao aeroporto.
O último caminho
Lembro do penúltimo choro — tão nítido que posso ouvir. Chorou antes de entrarmos na Rodovia Santos Dumont, arrancou um dos sapatinhos, virou para o lado e dormiu até chegarmos.
E então… o momento mais difícil.
Quando vi a avó e a mãe chegando, as lágrimas simplesmente não obedeceram mais.
O último beijo. O último abraço. A última frase:
“Matheus, eu te amo. Foi um prazer te conhecer. Nunca se esqueça disso.”
Coloquei-o no colo da mãe, virei as costas e nunca mais olhei para trás.
A volta para casa… silenciosa. A cadeirinha vazia. O coração também.
⏳ 12 meses sem você
Uma semana depois encontrei no porta-malas uma sacola com roupas, mamadeira, papinha, fralda. Ainda guardo tudo… mas vou doar. Não terei outro menino. Acredito que o Matheus será único.
Já faz 1 ano que não escuto suas risadas, nem seus choros. 365 dias… e ainda sinto tudo tão forte quanto antes.
Lembro até do último choro, quando o entreguei nos braços da mãe. A Gabi falando comigo enquanto eu caminhava sem olhar para trás.
Minha oração
Deus, obrigada por ter me presenteado com essa criança maravilhosa que transformou minha vida em alegria. Cuida dele por mim, porque há 12 meses minhas mãos não o alcançam mais.
Se for da Sua Vontade, permita que eu o reencontre um dia. Para abraçar, beijar e amar exatamente como sempre fiz.
Te amo, Matheus. Para sempre.
Para sempre meu príncipe. Para sempre o “homenzinho da minha vida”. Para sempre o Dr. Matheus, como o chamavam na escolinha.
Último beijo: “Eu te amo para sempre. Não se esqueça nunca.” (29/04/2010 às 9h42)
Última foto: Aeroporto — 29/04/2010 às 8h58.
💛 Mil beijos, meu menino.








