E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade.

Quero te contar que não dói mais.

Só que agora não importa tanto o que você vai pensar sobre isso.

Quero que saiba que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei.

Tudo bem chorei sim, mas pelo filme, e não por você.

Quero que você saiba que tirei a poeira das nossas músicas, e que as ouço quase todos os dias, pois elas me fazem mais falta do que você.

Nossos lugares não são mais nossos. Já voltei lá com outras pessoas, e escrevi lá outras histórias...

Estou aprendendo a tocar violão. E a primeira música que toquei foi àquela que era uma espécie de hino pra nós. Ela é tão linda... Sim, e continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói.

Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber, pois, te conheço e isso não mudou. Da mesma forma que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, sei das coisas boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim.

A vida segue, e o que foi bonito fica com toda a força mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves. Certos momentos nem o tempo apaga. E podemos lembrar sem sentir dor.

Mas dá saudade...

Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás. (Caio F. Abreu)