quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Quando a Justiça vira a última esperança

Quando a Justiça se torna a única porta aberta

Depois das respostas da cidade e do estado — que reconheciam a urgência, mas diziam que a fila era grande demais — eu percebi que não tinha mais para onde correr. Eu entendia o sistema… mas o meu coração estava em pânico. Afinal, minha mãe carregava dentro dela um aneurisma que poderia estourar a qualquer momento.

Os médicos tinham dito com todas as letras:

  • “O aneurisma é grande.”
  • “Ela é uma bomba-relógio.”
  • “O risco de óbito é alto.”

E mesmo assim… mais de dois anos na fila. Dois anos ouvindo minha mãe reclamar de dor, vivendo com medo de que o telefone tocasse para trazer a pior notícia da minha vida.

Destaque emocional: A sensação de impotência era tão grande que parecia que o mundo seguia normalmente… menos eu.


A decisão mais difícil que já tomei

Eu e minha irmã procuramos uma advogada. Ela analisou tudo: laudos, exames, tentativas, respostas do estado, histórico médico. Então disse que poderíamos entrar com um pedido judicial.

Mas o valor… R$ 5.000,00. Um dinheiro que a gente simplesmente não tinha.

Mesmo assim, era o valor que poderia garantir o que ninguém estava garantindo: a cirurgia que salvaria a vida da nossa mãe.

Depois de muito choro, medo e conversa, dissemos sim. A advogada juntou todos os documentos e entrou com o pedido.

Os dias seguintes foram uma tortura. A urgência era clara… mas esperar é sempre o que mais dói.

Em cerca de cinco dias saiu a resposta do estado e do município — igual à anterior: “Fila grande, superlotação, aguardem.”

Mas dessa vez, tinha alguém ouvindo a nossa dor.

Destaque emocional: O parecer do juiz foi como respirar após muito tempo debaixo d'água.


O parecer que mudou tudo

O juiz determinou que o estado deveria providenciar a cirurgia em até 30 dias, sob pena de multa — e autorizou a realização em qualquer hospital com capacidade.

Foi a primeira fagulha de esperança depois de tanto desespero.

E então… menos de dez dias depois, o telefone tocou. Chamando minha mãe para internação. Ela deu entrada, iniciou os exames e começou os preparativos para a cirurgia.

Eu chorei. Chorei de medo, de alívio, de exaustão. Porque finalmente alguém tinha visto a vida dela — e entendido que não dava mais para esperar.

💡 Dicas para o leitor:

  • Se você está na mesma luta, documente tudo.
  • Procure orientação jurídica — há casos em que é a única saída.
  • E lembre-se: sua dor é legítima, sua luta é válida.

Um comentário:

  1. Luana Garcia29/11/25 13:46

    Sinceramente isso é profundo e triste, a que ponto chegamos, ter que acionar a justiça, gastar dinheiro com algo que a constituição prevê: Direito a Saúde. Sinto muito por tudo que passou e desejo que sua mãe esteja bem.

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